sábado, 31 de maio de 2014

Façamos um suponhamos

Suponhamos que vos aparece para uma entrevista para estágio uma moça licenciada numa área ligada à saúde, de vinte e poucos anos, acabadinha de sair da faculdade. Suponhamos que ela vem com uma camisa mega decotada, com umas calças hiper justas e com umas botas que fariam corar as senhoras que à noite se esfregam nos varões. Suponhamos que ela vem de óculos e a carinha alem de laroca é também simpática e doce. Suponhamos que vocês ficam num misto de "puta vs se calhar sou eu a ser ma língua, as miúdas agora são todas assim".
Suponhamos que ela fica a estagiar numa empresa "gémea" da vossa para a qual vocês também trabalham. Suponhamos que vocês só se veem uma vez de mês a mês, as vezes nem tanto, e que o vosso papel é "pedir-lhe" que realize a atividade x e y.
Suponhamos que voces vão com o boss uma semana para fora em trabalho. Suponhamos que o boss tem a vossa idade, é um curtido e todas as noites vão jantar e tomar um copo. Suponhamos que o boss vos vê como um gajo, como um dos amigos dele com quem sai, toma uns copos, aprecia umas gajas e partilha umas confidencias. Suponhamos que o boss, num desses jantares, já meio bebido vos confessa que ela é um bom naco de carne e, apesar de ter namorado, tem-se insinuado a ele à descarada.
Suponhamos que voces, apesar de saberem que o vosso boss alem de bom vivan é um dom juan que não pode ver um rabo de saias, o chamam à razão e lhe dizem que "onde se ganha o pão não se come a carne", que as coisas são como são e que se correr mal corre muito mal porque ele fica sem namorada e sem empregada e que o que ouvem do outro lado é um "namorada???? tas louca?! não quero cá essas coisas com ela! ela é só para umas quecas! a gaja é boa! eu estou livre, ela faz-se a mim, eu não sou de ferro."
Suponhamos que vocês na meia dúzia de vezes que a encontram dão uns toques à miúda "olha que ele é um coração mole (isto para não dizer pila aos saltos). Não lhe dês grandes confianças que ele gosta de tudo o que mexe, etc. etc.". Suponhamos que ela se faz de desentendida e que nos entretantos voces descobrem que eles andam mesmo a dormir juntos e que ela deixou o namorado.
Suponhamos que voces sabem que ele tem a foto de uma ex namorada na mesinha de cabeceira e que continua completamente apaixonado pela ex. Suponhamos que voces sabem que ele só liga à miúda quando está com os copos e não consegue arranjar mais ninguém para mandar uma pinocada.
Suponhamos que voces sabem que eles mandam pinocadas em casa dele e que a foto da ex fica lá na mesinha de cabeceira a "velar" aquele momento.
Suponhamos que voces sabem que eles pinocam e ela logo depois é mandada embora.
O que fariam?
Eu já me decidi, comprei pipocas, sentei-me a ver e apostei 50% no cavalo "não-tarda-nada-ela-aparece-grávida-e-tu-vais-te-fuder-a-grande" e os outros 50% no "não-tarda-nada-ele-farta-se-do-teu-cu-mole-e-poe-te-na-rua-num-instante".

Tens um quê?! Mais um gato???

Não! É uma gata! Fêmea! Gaja!
Pois que numa bela noite de Outubro, estava eu a entrar em casa após passear sr cão quando vem uma bola de pelo se roçar nas minhas pernas, assim, do nada, sem medo de mim, das pessoas que estavam à minha volta nem tão pouco da fera de 4 patas que trazia comigo.
Olhei, fiz-lhe uma festa e pensei: "tu caíste de uma varanda, e a esta hora os teus donos estão a dormir e só vão dar pela tua falta amanhã. bem, anda lá para casa que amanha logo encontro os teus donos e voltas mas é à precedência!"
Entrou em casa como se sempre tivesse vivido cá. Foi a correr para a comida e para a agua, encheu a barriga, lambeu-se, foi ao wc da dra. Bi como se o conhecesse de cor, brincou com o Lucky, bufou para a Bi, e depois adormeceu, como hospede que era, no quarto das visitas.
Eu, entretive-me até às 3h da matina a colar cartazes por toda a urbanização, senhor meu moço abanava a cabeça no misto de "ta-se mesmo a ver que esta é mais uma que vem para ficar" de "duas gatas loucas, isto vai correr muito mal" e de "dass! uma gata e um cão são brincadeira para nos fazer gastar 1000€ por ano (sim, os fregueses comem ração e bombons de boas marcas, vão ao veterinário pelo menos uma vez por ano, vão ao cabeleireiro pelo menos duas vezes e como andam sempre connosco acabamos por gastar balurdios em bilhetes de avião para eles), mais uma e se calhar vou ter de penhorar os tomates", sr. lucky andou intrigado a tentar inspecionar quem era aquela gaja nova que estava no quarto de hospedes e dra. bianca ocupou-se de magicar um plano altamente maquiavélico de ataque à hospede nova.
No dia seguinte nada de donos. Princesa Tesa, pessoa que ainda acredita no pai natal, no coelho da páscoa e na virgindade da Débora picote (a da casa dos segredos), agarrou na hospede e foi correr os veterinários da urbanização a ver se a reconhecia como sua paciente. Claro que nenhum a reconheceu, claro que ela não tinha chip e depois de um dos veterinários me ter dito "você também só arranja gatas com a cor dos seus olhos (sim, eu sou de olhão claro)" não havia outra hipótese se não ficar com a nova gata.
No fim-de-semana seguinte mamãe vinha cá passar uns dias. Era preciso avisa-la do novo membro da família e, acima de tudo, era preciso que a miss-babosa-eu-sou-a-unica-gaja-desta-casa-e-ai-de-voces-se-arranjam-outra aka dra. Bianca, aceitasse que ia perder o reino de "gata única".
As coisas com o cão deram-se. Ele é super protetor dos donos e de qualquer pessoa ou animal que seja trazido por nos cá para casa, alem de mais, tem um certo respeito (cagufa da grande) de gatos, pelo que nem lhe passava grande cartão. O problema era a Bianca. Bufava dia e noite, esteve dois dias sem comer, sem beber e sem sair de baixo da cama. Ao fim do segundo dia passei-me, mande tudo para o waralho e fui carpir para o veterinário. Vim de lá munida de felliway (que é só a primeira maravilha das invenções modernas) e de muita paciência para a madame que ia deixar de ser gata única e para a outra que ia deixar de ser hospede e passar a ser de casa.
No fim-de-semana mamãe chegou e uma espécie de paz podre reinava cá em casa. O lucky, qual pateta alegre, feliz por ter dose dupla de gatas para brincar. A Bi completamente diva e senhora da casa nem olhava para a outra, a outra, que nem honras de nome tinha, a passear por casa como se sempre tivesse vivido cá.
Entretanto eu e senhor meu moço havíamos delineado um plano maquiavélico, apaixonar mamãe pela hospede de tal maneira que a quisesse levar consigo para a ilha.
Mamãe chegou e sra hospede ainda não tinha nome. Eu queria Irma, a empregada da Bianca Castafiore nas Aventuras de Tintim, senhor meu moço queria Bichinha, mamãe queria Manchinha, por causa da mancha que ela tem no olho. Deixamos mamãe escolher o nome (1º parte do plano maquiavélico) e ficou Xinha, uma mistura de bichinha com manchinha. Depois, pusemos-la a dormir no quarto de mamãe com a desculpa que "as gatas não podem dormir juntas porque ainda não se dão muito bem" (2º parte do plano, checked).
No final do fim-de-semana fizemos o tão esperado choradinho "ai que devias levar a xinha contigo, só por uns tempos, só até ao natal que nos agora estamos atolados de trabalho e com pouco tempo para eles" "ai que te fazia tao bem! tinhas uma companhia, um gato faz imensa companhia!", "ai que ela é tão linda, é tão parecida com a Xpto, a gata que a tua vizinha teve, de certeza que a tua vizinha a vai adorar, se calhar até tomam as duas conta da gata!", e em menos de nada, passagem para a gata comprada, telefonema para o veterinário da ilha feito a marcar a esterilização e gata metida na bolsa a caminho da ilha.
Desde então Miss Xinha vive por lá no chalé de mamãe. Faz-lhe imensa companhia, come-lhe o açúcar, tira o sal do saleiro com a pata, rouba comida dos prato e do lixo, lasca bacalhau ainda por demolhar, entra no frigorifico para ver se tem algo que lhe permita variar a alimentação, vai, todos os dias, fazer uma visita à vizinha, caça lagartixas, controla os pássaros, anda pelo telhado, engorda e é feliz.
Miss Xinha no dia em que chegou cá a casa

Miss Xinha a controlar os passaros 

Miss Xinha a mostrar que herdou a veia de palhaça da sua assistente social aka Moi Meme


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Então e novidades?!

Pois que continuo viva, bela e feliz!
Esta ausência prolongada não foi por falta de tema ou por falta de vontade, foi sim, por falta de tempo. Tenho trabalhado que nem uma escrava, 9h a 10h por dia no escritório e mais 2h por noite em casa. Resumindo, pouco tempo me resta para dormir, comer e tomar banho, quanto mais para vir cá escrever.
Continuo no meu reininho, a trabalhar só com homens, a adorar o que faça e a dar graças a Deus todos os dias pelo paraíso que me arranjou.
Senhor meu moço continua feliz no meio dos seus livros e artistas e a ter como atividade preferida ver futebol.
A bicharada cá de casa continua na mesma como a lesma. Nos entretantos, algures em novembro, "herdamos" mais uma gata, a Xinha (terá seu devido post).
O natal passou-se, a passagem de ano é algo que enquanto me lembrar não quero falar de tão má que foi... Meteu, eu e senhor meu moço brigados, meteu eu as 22h30 de pijama na cama a chorar baba e ranho e a desejar que o mundo acabasse naquele instante. Meteu, eu a ver o fogo de artificio de pijama e kispo na casa de uma amiga de mamãe (onde estavam todos vestidos de gala) com o meu primo a aturar o meu drama e com mamãe a beber pelas minhas amarguras. Meteu toda a gente a perguntar o que é que se passava quando a primeira coisa que fiz quando lá cheguei foi dizer "não me perguntem pelo senhor meu moço e façam de conta que eu não estou ca". Enfim, um drama a não recordar.
Entretanto fizemos as pazes prai dois dias depois e batemos com a cabeça na parede tamanha a estupidez de termos brigado logo na noite de passagem de ano.
No aniversário de senhor meu moço aproveitamos que estávamos dog free (ele passou o inverno na ilha) para experimentar o Palácio do Bussaco (também terá o seu devido post).
Na Páscoa discutimos de novo e eu e mamae rumamos ao Minho, sozinhas, as duas galinhas, o bicho cão e o filho de uma amiga dela.
No pos Páscoa descobrimos a casa dos nossos sonhos e estivemos prestes a fazer as malas mas houve alguém que se antecipou, ofereceu mais por ela e ficou com o que seria o nosso refugio perfeito, mas como eu acredito que Deus não dorme, tenho fé que irei encontrar uma melhor que aquela e mais barata.
No fim de semana passado tive a trabalhar para a Champions, eu e duas amigas do pior. Lançamos tanta magia por lá que já toda a gente nos conhecia, mesmo sem saber quem éramos.
Bem, assim em resumo foi isto os meus últimos meses de ausência.
A ver se arranjo tempo para vir cá mais vezes, que sinto muita falta de desabafar por aqui onde ninguém me conhece e posso dizer o que me vai na alma.


Alô! Alô!

Alguém ainda por aqui?
A ver se ressuscitamos isto, heim?!