sábado, 31 de maio de 2014

Tens um quê?! Mais um gato???

Não! É uma gata! Fêmea! Gaja!
Pois que numa bela noite de Outubro, estava eu a entrar em casa após passear sr cão quando vem uma bola de pelo se roçar nas minhas pernas, assim, do nada, sem medo de mim, das pessoas que estavam à minha volta nem tão pouco da fera de 4 patas que trazia comigo.
Olhei, fiz-lhe uma festa e pensei: "tu caíste de uma varanda, e a esta hora os teus donos estão a dormir e só vão dar pela tua falta amanhã. bem, anda lá para casa que amanha logo encontro os teus donos e voltas mas é à precedência!"
Entrou em casa como se sempre tivesse vivido cá. Foi a correr para a comida e para a agua, encheu a barriga, lambeu-se, foi ao wc da dra. Bi como se o conhecesse de cor, brincou com o Lucky, bufou para a Bi, e depois adormeceu, como hospede que era, no quarto das visitas.
Eu, entretive-me até às 3h da matina a colar cartazes por toda a urbanização, senhor meu moço abanava a cabeça no misto de "ta-se mesmo a ver que esta é mais uma que vem para ficar" de "duas gatas loucas, isto vai correr muito mal" e de "dass! uma gata e um cão são brincadeira para nos fazer gastar 1000€ por ano (sim, os fregueses comem ração e bombons de boas marcas, vão ao veterinário pelo menos uma vez por ano, vão ao cabeleireiro pelo menos duas vezes e como andam sempre connosco acabamos por gastar balurdios em bilhetes de avião para eles), mais uma e se calhar vou ter de penhorar os tomates", sr. lucky andou intrigado a tentar inspecionar quem era aquela gaja nova que estava no quarto de hospedes e dra. bianca ocupou-se de magicar um plano altamente maquiavélico de ataque à hospede nova.
No dia seguinte nada de donos. Princesa Tesa, pessoa que ainda acredita no pai natal, no coelho da páscoa e na virgindade da Débora picote (a da casa dos segredos), agarrou na hospede e foi correr os veterinários da urbanização a ver se a reconhecia como sua paciente. Claro que nenhum a reconheceu, claro que ela não tinha chip e depois de um dos veterinários me ter dito "você também só arranja gatas com a cor dos seus olhos (sim, eu sou de olhão claro)" não havia outra hipótese se não ficar com a nova gata.
No fim-de-semana seguinte mamãe vinha cá passar uns dias. Era preciso avisa-la do novo membro da família e, acima de tudo, era preciso que a miss-babosa-eu-sou-a-unica-gaja-desta-casa-e-ai-de-voces-se-arranjam-outra aka dra. Bianca, aceitasse que ia perder o reino de "gata única".
As coisas com o cão deram-se. Ele é super protetor dos donos e de qualquer pessoa ou animal que seja trazido por nos cá para casa, alem de mais, tem um certo respeito (cagufa da grande) de gatos, pelo que nem lhe passava grande cartão. O problema era a Bianca. Bufava dia e noite, esteve dois dias sem comer, sem beber e sem sair de baixo da cama. Ao fim do segundo dia passei-me, mande tudo para o waralho e fui carpir para o veterinário. Vim de lá munida de felliway (que é só a primeira maravilha das invenções modernas) e de muita paciência para a madame que ia deixar de ser gata única e para a outra que ia deixar de ser hospede e passar a ser de casa.
No fim-de-semana mamãe chegou e uma espécie de paz podre reinava cá em casa. O lucky, qual pateta alegre, feliz por ter dose dupla de gatas para brincar. A Bi completamente diva e senhora da casa nem olhava para a outra, a outra, que nem honras de nome tinha, a passear por casa como se sempre tivesse vivido cá.
Entretanto eu e senhor meu moço havíamos delineado um plano maquiavélico, apaixonar mamãe pela hospede de tal maneira que a quisesse levar consigo para a ilha.
Mamãe chegou e sra hospede ainda não tinha nome. Eu queria Irma, a empregada da Bianca Castafiore nas Aventuras de Tintim, senhor meu moço queria Bichinha, mamãe queria Manchinha, por causa da mancha que ela tem no olho. Deixamos mamãe escolher o nome (1º parte do plano maquiavélico) e ficou Xinha, uma mistura de bichinha com manchinha. Depois, pusemos-la a dormir no quarto de mamãe com a desculpa que "as gatas não podem dormir juntas porque ainda não se dão muito bem" (2º parte do plano, checked).
No final do fim-de-semana fizemos o tão esperado choradinho "ai que devias levar a xinha contigo, só por uns tempos, só até ao natal que nos agora estamos atolados de trabalho e com pouco tempo para eles" "ai que te fazia tao bem! tinhas uma companhia, um gato faz imensa companhia!", "ai que ela é tão linda, é tão parecida com a Xpto, a gata que a tua vizinha teve, de certeza que a tua vizinha a vai adorar, se calhar até tomam as duas conta da gata!", e em menos de nada, passagem para a gata comprada, telefonema para o veterinário da ilha feito a marcar a esterilização e gata metida na bolsa a caminho da ilha.
Desde então Miss Xinha vive por lá no chalé de mamãe. Faz-lhe imensa companhia, come-lhe o açúcar, tira o sal do saleiro com a pata, rouba comida dos prato e do lixo, lasca bacalhau ainda por demolhar, entra no frigorifico para ver se tem algo que lhe permita variar a alimentação, vai, todos os dias, fazer uma visita à vizinha, caça lagartixas, controla os pássaros, anda pelo telhado, engorda e é feliz.
Miss Xinha no dia em que chegou cá a casa

Miss Xinha a controlar os passaros 

Miss Xinha a mostrar que herdou a veia de palhaça da sua assistente social aka Moi Meme


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