segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti

Foi por esta máxima que fui educada e é esta máxima que pauta a minha vida em sociedade. Nunca fazer aos outros o que não gostaria que me fizessem a mim.
Ontem à tarde estava tranquilamente a lanchar na minha varanda quando vejo um carro a descer a rua devagar e em marcha-atrás com os quatro piscas ligados. Passado uns segundos oiço um estrondo e quando volto a olhar estava o carro espalmado contra outro. Desci para ver o que se passava (sim, a minha veia de bilhardeira dá-me para isto) e vi um carro fechado, sem condutor espalmado noutro que estava estacionado. Conclusão, alguém tinha ido ao Minipreço, deixou o carro parado em segunda fila, não o travou bem e ele fez-se à estrada até encontrar barreira, neste caso, um outro carro convenientemente bem estacionado.
A proprietária do carro com vida própria saiu do supermercado com os sacos nas mãos e ao ver o seu carro a 10 metros do lugar onde o tinha deixado e enfaixado noutro o que é que faz?! Mete-se no carro e vai-se embora! Eu, que não sou nada mansa nestas coisas meti-me a meio da estrada e gritei-lhe um "Então vai-se embora assim?!" ao que ela me responde "Conhece o dono do carro?!", "Eu não! Mas pelo menos deixe um bilhete e telefone à policia a dizer o que fez! Não ia gostar de chegar ao seu carro e vê-lo todo partido, ou ia?!" Ela lá muito a custo saiu do carro e foi pôr um bilhete com o número e o nome.
Vim para casa e ao contar a mamãe o sucedido mamãe diz-me "ah! tiraste a matricula? olha que ela pode ter posto um contacto errado!"
Pois que não fui de meias medidas, telefonei para a policia e participei eu o acidente. Sim pessoas! Qualquer um pode participar um acidente, desde que o tenha visto, não preciso de ser parte envolvida.
Conversa para aqui conversa para ali o senhor policia que veio cá diz-me "Sabe que as pessoas não costumam fazer isto?" eu "Isto o quê?" ele "Isto, de participar acidentes nos quais foram testemunhas. Geralmente ficam a ver, e depois ou vão-se embora sem nos telefonar ou então quando a policia chega não se querem identificar como testemunhas. Olhe que já levo uns anos bons de trabalho e foi a primeira vez que alguém, que não os intervenientes, nos telefonou a participar um acidente deste género. Geralmente a pessoa que bate vai-se embora o mais rapidamente possível para não ter que arcar com as consequências" e eu pensei, porra! mas será que esta gente que vê e não participa gostava de chegar ao carro e ter o carro todo partido sem saber quem o tinha feito? Opá! Juro que não percebo o tuga e os valores que estão por detrás da sua formação e da sua vivência.
Entretanto a proprietária do carro que estava estacionado ligou-me agora de tarde a agradecer ter participado e a dizer que já estava a tratar de tudo com a dona do carro com vida própria, as seguradoras e a polícia.

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